sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Francisco Brennan

Francisco Brennan é um dos maiores escultores do Brasil; conviveu com Lazar Segal e aprendeu pintura com o cubista Fernando Leger. Artista pernambucano  estrai da terra o barro de suas esculturas para falar deste mesmo tema; se firmou no imaginário do pais ao ocupar toda a antiga fabrica de cerâmica de seu pai no Recife, onde montou seu belo e importante atelier. Foi nesta área onde tem inicio a Guerra contra os holandeses e depois a Batalha do Guararapes retratada em um belíssimo mural pelo artista 
Em sua homenagem Julio Tavares publicou o livro Brennand: arte e sonho (ED. Terra das Artes Edi, 2007) e nele  o belíssimo poema:

Dizem

Dizem que já faz muito tempo,
que é necessário enterrar os mortos,
não falar de desaparecimentos e sofrimentos.
Dizem que o capitalismo venceu,
que temos que viver o hoje
e nada mais além,
e que o socialismo era uma utopia
e morreu.
Dizem, sistematicamente dizem...
Mas como esquecer o choque elétrico
que nos queimava  o corpo e me matava?
Eu morri muitas vezes...Como não me lembrar
dos gritos dos companheiros e dos mais
que varavam noites selvagens,
noites longas, infindáveis?
 Dizem para calar
sobre os desaparecidos,
mas eles eram meus irmãos
de dores e caminhadas. Dizem...sistematicamente dizem...
Mas como esquecer se tudo ficou em mim,
impregnado, marcado
em fogo quente,fervente,tatuado para sempre?


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Memorial Paulo Freire, Diálogo com a Educqação

Memorial PAULO FREIRE - Diálogo com a Educação.

Dia 6 de Setembro de 2013 foi lançado mo Auditório da UNICAMP o livro Memorial Paulo Freire, Dialogo com a Educação. Reune trabalhos de diversos autores que foram  apresentados desde 1995, nos Seminarios Internacionais Paulo Freire que aconteceram nesta Universidade.Embora os textos sejam de diferentes autores o elo de ligação entre eles´, são os pricipios e a base conceitual do pensamento freireano. Contempla as ideias deste grande educador considerado por Henry Giroux como um intelectual de fronteiras, pois foi capaz  de romper as fronteiras ideológicas, culturais e teóricas que o prendiam, impedindo que ele pudesse descobrir novas tradições críticas e de transformação. Ser cruzador de fronteiras significa que se tem que descobrir de novo as tradições, não dentro de um discurso de submissão e repetição, mas como transformação e crítica, isto é, cada um construindo seu proprio discurso.
Lembrá-lo implica contribuir para continuar sua obra, é  avançar na investigação científica, é seguir a proposta de uma profunda transformação na maneira de pensar o mundo.
O livro foi idealizado por Francisco Genesio Lima de Mesquita, que na sua simplicidade de educador desde 1995 incorporou no seu ideario de vida a proposta freireana. Contempla diferentes temas e com cada um deles vai tecendo o grande ideario freireano. A mim particularmente me coube analisar a contribuição de Paulo Freire para uma educação Libertadora, trabalhando, onde se destacam alguns pontos:
- Paulo Freire não inventou um´método, pois para ele Educação é muito mais que um método , é um ato político;
- Para Paulo Freire educação é uma conduta, um conjunto de valores pedagógicos, um compromisso ; uma postura.
- Educar era para ele uma relação entre pessoas, sobretudo entre gerações, em que o educador cresce como sujeito, busca caminhar junto com o coletivo, aprende a reconhecer o saber popular e reconhece os saberes do povo, seu pensar, seus valores, sua cultura. Pedagogía do Oprimido sua primeira e principal obra é uma contribuição à teoría dialética do conhecimento,para o qual a melhor maneira de pensar  a pr´tica é retornar a ela, para depois transforma-la. O artigo conta ainda com uma analise da experiência de Paulo Freire como Secretário de Educação de S.Paulo e apresenta algumas sugestões de como se ensina e se aprende para Paulo Freire.
Á obra é indicada para professores, estudiosos de Educação, onde se pode aprender muito sobre o que o pensamento freireano aprendendo que é impossivel compreender a vida e a existência humana sem amor e sem busca do conhecimento.

Maria Sirley - 13/09/2013

domingo, 8 de setembro de 2013

Dia Internacional da Alfabetização

Hoje  é o Dia Internacional da Alfabetização. Quem melhor poderia nos ajudar a comemorá-lo senão nosso grande mestre Paulo Freire. Para ele Alfabetizar " é muito mais que ler e escrever. É a habilidade de  ler o mundo, é a habilidade de continuar aprendendo e é a chave da porta do conhecimento".
Alfabetizar dizia ele não é somente aprender a repetir palavras, mas sim dizer a palavra criadora de cultura.
Dia 6 de Setembro foi realizado na Unicamp o XI seminário Internacional, Paulo Freire: Diálogo com a Educação onde a AELAC/Brasil se fez representar apresentando a discussão sobre Paulo Freire " Um intelectual de Fronteira" aquele que teve a capacidade de romper com as fronteiras ideológicas, culturais e teóricas. Cruzar fronteiras significa deixar para trás as fronteiras teóricas e ideológicas que muitas vezes nos prendem  a algumas certezas.Um intelectual de fronteiras é aquele que vai sempre além da realidade e busca novos caminhos, propondo um projeto de humanização, desta humanidade desumanizada.
Mas o que é ser freireano? também uma das analises apresentadas. Ser freireano é muito mais que apenas ler e conhecer suas obras. Ser freireano é uma maneira de ver o mundo onde os valores como solidariedade , justiça e  repeito aos saberes do outro estejam presentes. 
Para paulo Freire,

" O processo de luta  revolucionaria é o de criar e reinventar o mundo, de recriar uma cultura educacional, é a união através do dialogo, do fazer politico e pedagógico no amor e no compromisso com os seres humanos."


domingo, 1 de setembro de 2013

Documento final do I Seminário Internacional Paulo Freire Buenos Aires 2013

“Educação Popular, Paulo Freire e o Pensamento Pedagógico Contemporâneo”
17 de agosto de 2013 – A 50 anos de Angicos, 40 anos de CREAR e 30 anos do retorno à democracia na Argentina 
“Ser culto é o único caminho para ser livre”  – José Martí 
Consideramos que a educação é um direito todas e todos e um dever do Estado. É uma ferramenta que permite a libertação dos setores oprimidos para construir uma sociedade justa e democrática. Permite a consolidação de uma sociedade em que seja fundamental o respeito às diferenças, a construção de acordos, a defesa do público, o reconhecimento e o acompanhamento dos movimentos sociais.
Nesse sentido, cremos firmemente que a educação é um ato político democrático e popular, através do qual lemos nosso tempo histórico e assumimos um lugar na história para transformá-la.
Rechaçamos o sistema opressor e os valores imperantes do capitalismo econômico e cultural que instauraram relações competitivas e individualistas, transformaram a educação e a saúde em mercadorias e vêm destruindo sistematicamente o meio ambiente.
Reunidos com o objetivo de recuperar o pensamento de Paulo Freire, e a experiência de educação popular do programa CREAR, compartilhamos histórias e experiências educativas e sociais que tecemos cotidianamente em diferentes pontos de nossa América Latina, e que expressam nossas múltiplas esperanças na libertação de nosso povo.
Neste seminário utilizamos os “Círculos de Cultura” como uma metodologia participativa e um princípio político de trabalho coletivo. Esses círculos permitem o desenvolvimento da consciência crítica por meio do diálogo e constituem um espaço político pedagógico para o  fortalecimento da cultura popular.
Nossa ação é solidaria e amorosa. Amorosa no sentido de crer na luta dos seres humanos, de ter compromisso com a causa dos oprimidos e de ter a esperança de que a transformação radical do mundo é possível. Essa é a potencialidade dos círculos de cultura no âmbito da educação popular.
Diante do compromisso da Educação como uma ferramenta de luta pela emancipação dos povos, e utilizando essa metodologia política de trabalho, as educadoras e os educadores que participamos neste seminário concluímos:
  • Que é necessário seguir reconhecendo nossa história e a identidade de nossos povos.
  • Que conscientização, diálogo e política se complementam em uma tríade e se sustentam na participação.
  • Que o processo de conscientização é contínuo e é o caminho para a transformação social. Para isso consideramos fundamental a  incorporação da Educação Popular na prática da educação formar e nos espaços de formação docente, e o uso dos círculos de cultura como metodologia de trabalho nos sistemas públicos.
  • Que é fundamental manter a pergunta de como construir uma nova sociedade a partir das diferenças e múltiplas identidades e das profundas desigualdades sociais que enfrentamos.
  • Que una educação conscientizadora só pode se dar através do desenvolvimento da consciência política das educadoras e educadores. E que ela compreende a análise crítica das realidades sociais, buscando o empoderamento dos educandos para a transformação social.
  • Que as educadoras e os educadores compreendam a importância da utilização metodológica dos Círculos de Cultura, com ênfase no diálogo como princípio em locais e espaços de trabalho.
  • Que o diálogo é a única forma de transformar a prática da educação formal e de estabelecer a horizontalidade no processo educativo.
  • Que no diálogo se reconhecem as diferenças, reconhecemo-nos como sujeitos e abrimos espaços de construção de novos ideais a partir do respeito às diferentes formas de expressão.
  • La importância da coerência por parte do educador que deve fundamental sua prática à luz das teorias que propõe.
  • Superar o paradigma hegemônico que separa a educação da política.
  • Superar os valores e princípios do colonialismo que existe arraigado em nossas concepções de vida, rompendo as fronteiras dos saberes permitidos.
  • Reconhecer a dimensão política da opressão na vida cotidiana para transformá-la em outra dimensão que contemple a ESPERANÇA, abrindo espaços para superar as profundas desigualdades presentes nas realidades em que vivemos.
A partir destes acordos, propomos:
  • Buscar, articular e gerar redes de educação popular, nacionais e internacionais em diferentes níveis.
  • Sistematizar e socializar as experiências de educação popular.
  • Conformar um coletivo de intercâmbio de experiências e formação para dar continuidade aos encontros de educadores populares utilizando a metodologia dos círculos de cultura nas instituições dos diferentes âmbitos sócio-comunitários.
  • A partir da organização de grupos comunitários realizar debates para construir novos aportes aos desenhos curriculares com o objetivo de empoderar as classes populares com a dimensão político-pedagógica do que se ensina na escola.
  • Construir estratégias que incluam nos espaços de formação docente a educação popular de maneira legítima.
  • Deixar de pensar individualmente para desenvolver uma consciência de classe.
  • Assumir a importância da arte como forma legítima de expressão popular.
  • Reconhecer a importância da educação popular em todos os níveis educativos para superar o conceito de educação de segunda categoria a que foi reduzida a educação não formal e informal.
  • Lutar para que sejam incorporados nos sistemas públicos de educação conceitos, princípios e valores da educação popular.
Reafirmamos nossa luta contra qualquer forma de discriminação e opressão.
Apoiamos todas as políticas de integração latino-americana que reafirmem a soberania e permitam a libertação de nossos povos. Nesse sentido, reconhecemos a importância da revolução cubana, da revolução bolivariana, da revolução cidadã no Equador, da revolução do Bem Viver no estado pluriétnico da Bolívia e nos processos populares que estão avançando na Argentina, Uruguai e Brasil como exemplos de luta popular, bandeira da libertação e formas de resistência ao imperialismo.
Reafirmamos a necessidade de continuar tecendo redes, tramas e encontros nacionais latino-americanos e internacionais entre as educadoras e educadores do campo popular; e a necessidade de estabelecer relações e redes com os organismos de políticas educativas públicas..
Eu posso e alguém me acompanha; não posso fazer algo pelo outro sem que o outro tome consciência por si mesmo.
“Ninguém ensina ninguém; ninguém aprende sozinho. Aprendemos em comunhão, mediados pelo mundo” (Paulo Freire)
Juntos, passemos a novos olhares.  Com nossa participação nos encontros de Educação Popular em Cuba e no Brasil e naqueles aos que nos convoquem nossos irmãos latino-americanos. No próximo seminário a realizar-se na Argentina em 2015 para que avancemos e concretizemos nossas propostas e se tornam realidades nossas utopias.
Equipe de redação do Seminário
Fonte: 

Mural Paulo Freire - I Seminário Paulo Freire 2013






Este mural foi construído coletivamente durante o Seminário Paulo Freire 2013 realizado em Buenos Aires. É muito representativo pois a metodologia escolhida pelo seminário foi justamente a participação e a arte como forma de expressão. Alem deste mural tivemos também Teatro do Cotidiano onde o texto é construído a partir da participação do publico, musica com composição sobre Educação Popular por um grupo de professoras aristas e outras manifestações artísticas. Assim vamos construindo a educação em Nuestra America.


Prof. Maria Sirley - Presidente da AELAC Brasil 

I Seminário Internacional Paulo Freire Buenos Aires 2013

I Seminário Internacional Paulo Freire Buenos Aires 2013
Educação Popular, Paulo Freire e o Pensamento Pedagógico Contemporâneo. 


Foto: Alrededor de 360 asistentes hicieron de este encuentro algo bellisimo, intenso, emotivo; segun varios, sin precedentes ... Podria decir mucho de esta experiencia, pero optaré por dejar un gran signo de pregunta en el aire, para que, quien sienta curiosidad pueda, por su cuenta, buscar y beber de la fuente! Me siento agradecido de haber participado, no solo como oyente sino tambien compartiendo con todos el proyecto "El arte va a la escuela" que ya algunos conocen y esta en proceso de desarrollo... PD. lo d einternacional no queda en la palabra, educadores populares de distintos paises y del interior de nuestro pais, se hiciernn presentes

Contou com a colaboração e participação da Prof. Maria Sirley dos Santos, Presidente da AELAC Brasil.