quarta-feira, 20 de maio de 2015

AELAC/BRASIL e o XI Fórum Fina Flor - UNIRIO

 Data - De 14 a  17 de Maio de 2015   - Rio de Janeiro


                                                                                 "Ni todo está perdido amor
                                                                                   Yo vengo ofrecer mi corazón"....
                                
                                                                                                                 Fito Paez  

Abro meus comentários sobre a participação da AELAC/BRASIL, no XI Forum Fina Flor por uma Educação libertadora , libertária, ecológica e transgressora realizado na UNIRIO no dia 16 de Maio de 2015. Com este pequeno trecho da canção de Fito Paez. "Ni todo está perdido", encontro as palavras para registrar meu sentir e pensar, durante estes dias em que participei de diferentes atividades  com professores e alunos da UNIRIO.. Um encontro com a alegria,com a esperança ,e com  a solidariedade, ao conviver  com um grupo de professores e alunos desta universidade, uma universidade acolhedora e de grande compromisso social. Professores que são felizes  e muito sérios em seus compromissos com uma ação educativa  de qualidade social. 
Logo ao chegar fui recebida pela Professora Lea Tiriba , coordenadora deste Forum e que com alunos e outros professores vive o processo de construção da AELAC/RIO, um capitulo de nossa instituição que vem avançando em sua proposta  inovadora de trabalhar com a integração latino americana, resgatando as raízes teóricas de Nuestra América .
 A reunião foi realizada a noite em uma das salas da Universidade contando com a presença de professores , alunos e do grupo GEASUR, Educação Ambiental desde el SUR  Foi feita uma retrospectiva dos trabalhos ja realizados e como encaminhamento o grupo se propos em convocar uma Assembleia para eleger seus coordenadores e assim dar uma organicidade institucional a AELAC/RIO 
No dia 15 de Maio , participamos como AELAC/BRASIL na reunião do GRUPO  GEASUR, apresentando algumas informações da AELAC e dos paises da America Latina onde temos representantes, suas aações e dificuldades. Também discutiu-se alguma informações sobre os 43 jovens desaparecidos de AYOTSINAPA, como estão neste momento , o plantão dos professores , a escola Normal Rural de AYOTZINAPA  e seu funcionamento. Fomos convidados a participar do evento que prepara a passagem da Caravana  das mães dos 43 jovens pelo Brasil  em uma tradicional casa do centro do Rio de Janeiro onde funcionou o Teatro do Oprimido de Augusto Boal

                                                                                             
O dia 16 de maio, dia da Abertura do XI Forum Fina Flor e da Semana de Educação da UNIRIO, começa com uma  importante e singular atividade  de homenagem ao SOL , na Praia Vermelha cenário de uma beleza impara aos pés do Pão de Açucar.Todos em uma grande roda homenageiam e pede energias ao grande astro para o sucesso do Forum. a professora Lea Tiriba  nos fala sobre este local e sua importância na Historio do Brasil , pois foi  aqui  que chegaram os colonizadores portugueses.

Em seguida a esta cerimonia fomos a um saboroso cafe da manhã, preparado com muito carinho.
No auditório Paulo Freire tem inicio os trabalhos acadêmicos do XI Fórum Fina Flor com uma saudação da Diretora da Escola de Educação professora doutora Sandra e das palavras da professora doutora Lea Tiriba que acentua a importancia  da transformação da escola que remonta o modelo da Revolução Industrial.
A primeira conferência foi do professor José Damiro de Moraes  com o tema Pedagogia Libertaria e o Anarquismo que nos trás algumas reflexões sobre pensadores anarquistas como William Godwin, Proudon e Bakunin" A liberdade do outro amplia a minha". Discute o trabalho como fundamento da educação, o conceito de Educação Integral, a concepção da natureza humana e da historia associada ao fim da era mercantil. O ultimo dia da escola é o dia  que o aluno consegue construir sua liberdade, afirma, pois se formarmos uma geração livre não teremos mais opressão do homem pelo homem.Cita alguns exemplos de escolas anarquistas como a Escola sem Paredes de S.Paulo e a Escola da Ponte de Jose Pacheco. 
A segunda conferência foi da Professora Maria Sirley dos Santos, presidente da AELAC/BRASIL que trouxe para a discussão o pensamento de alguns teóricos latino americanos como Jose Martí herói nacional de Cuba,, poeta , filosofo,e autor fundamental da politica educacional cubana,
 Simon Rodriguez, venezuelano, mestre de Simon Bolivar e o primeiro incentivador da Educação Popular. Pensa esta educação de seres pensantes , criticos e reflexivos, onde ressalta a importancia dos valores educativos e produtivos do trabalho.Para ele nenhum homem nasce   sabio ou ignorante, mas todos podem aprender. Seu lema era ; Educar é criar vontades. Devemos ensinar as crianças  a pensar, não repetir e ser perguntadores , estas são algumas de suas concepções 
Jose Carlos Mariátegui, o Amauta, poeta, dramaturgo, jornalista e  autor da grande obra os 7 ensaios de interpretação da realidade peruana, foi o mais importante marxista latino americano e sua obra maior não diz somente respeito ao Peru , seu pais natal , mas a toda a America Latina. É um pensador importante para compreendermos a realidade da America Latina e a historia das lutas populares na America Latina e no Brasil Foi professor da Universidade Popular Gonzalez Prada e organizou oficinas de auto-educação dos trabalhadores.  Não separava como Marti  a arte e a literatura  da politica, uma arte a serviço do homem, considerando sua qualidade ao lado da qualidade do homem.Viveu para ensinar dizendo: não sou um expectador indiferente ao drama humano. Sou ao contrario um homem de com uma filiação e uma fé. Reconhece como Martí o indígena como raiz da America tendo trabalhado em um indigenismo revolucionário 
Paulo Freire, grande  educador brasileiro, criador da Pedagogia Critica. Sua importância é chave quando pensamos em educações libertadoras, pois para ele a educação não é neutra ,  é ideológica e  dialógica, tendo o diálogo como principio de método, educativo.  Considera o ato educativo como um dos responsável pelas transformações sociaisSua vastíssima obra  é lida por centenas de paises e povos que lutam pela sua liberdade. A Pedagogia do Oprimido sua obra fundamental é referencia para todas as práticas libertadoras e conscientizadoras de educação. O mais importante em Paulo Freire a valorização da cultura, das memórias, dos valores e dos saberes, da racionalidade e matrizes intelectuais e culturais do povo, contrapondo-se  à lógica de que é necessário a inferiorização de uns para garantir a dominação de outros. É necessário para ele que o conhecimento escolar se articule com a realidade e que a educação se estabeleça como elemento transformador, libertador, contra-hegemônico e emancipador. Para ele a educação é um ato relacional por isso é construida atra´ves da participação de todos.
Toda esta discussão realizada pela AELAC/BRASIL foi aprofundada em um minicurso  realizado no periodo da tarde
A professora Catarina Losinski trás sua experiencia em Educação Infantil fazendo também uma apresentação de diferentes propostas alternativas de Educação Infantil como as Creches Parentais, um espaço coletivo.
 Discute a Pedagogia da Roda, onde todo mundo se ve, sendo o olhar de cada um considerado sua potencia.
Todas estas colocações foram seguidas de debate pelos mais de 100 educadores presentes.
Os minicursos do periodo da tarde foram fundamentais para o aprofundamento destas reflexões. 
Á noite a convite do Professor doutor Celso Sanchez a Aelac/Brasil participa do evento em apoio à Caravana das mães dos 43 jovens desaparecidos de AYOTZINAPA
Dia 17  a partir das 10 horas junto com um grupo de alunos e com os professores, Leonardo, Lea Tiriba e Celso Sanches representamos a AELAC/BRASIl em um passeio cultural pelo Rio Antigo, conhecendo diferentes marcos históricos Brasileiros como o Convento e Igreja de S.Bento,os Espaços culturais do Banco do Brasil e dos Correios, o prédio ocupado hoje pela  Assembleia Legislativa  de onde Tiradentes, o heroi da Inconfidência Mineira saiu para ser enforcado, passando pelo Histórico Clube Naval e pela residência  imperial até o monumento a Getulio Vargas.
Bem para concluir esta bela atividade da AELAC/Brasil uma frase de Ernesto Che Guevara:  " O caminho é grande e desconhecido em parte, sabemos nossas limitações. O homem do Século XXI somos nós mesmos que vamos Construir.Esta é uma das funções da AELAC, resgatar o pensamento dos povos originários e de forma coletiva Construir o homem novo e Um mundo melhor.